Ser jovem em Portugal


Estudo é hoje apresentado pelo Governo



Vai ser divulgado hoje um estudo sobre a Condição Juvenil Portuguesa na Viragem do Milénio. O relatório, que reporta ao período entre 1990 e 2005, vai ser apresentado pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, na Conferência Nacional da Juventude.



São quinze anos que servem para identificar e interpretar as tendências mais relevantes dos jovens que vivem em Portugal. O estudo, efectuado por uma equipa de investigação sociológica ligada ao Observatório Permanente da Juventude, diagnostica os diversos problemas da juventude e abarca o período entre 1990 e 2005.

A conclusão que se destaca à partida é a do prolongamento da condição juvenil, em parte devido ao alargamento do período de escolaridade e de formação.

A taxa de escolarização subiu na ordem dos 8% nos últimos 15 anos, particularmente no escalão etário mais novo e no universo feminino. As raparigas tendem a permanecer mais tempo no sistema de ensino. No secundário ultrapassam em 3% os rapazes e são mais 6, 5 por cento no ensino superior. Mas o abandono escolar ainda é continua ser uma realidade. Cerca de 35 por cento dos jovens sai do sistema de ensino antes dos nove anos de escolaridade obrigatória.

Para o prolongamento do estatuto de jovem contribuem outros factores. São os mais jovens os que estão mais sujeitos a situações de emprego precário. Ao emprego temporário, ao subemprego, a formas atípicas de emprego e ao desemprego. O estudo conclui que nos últimos 15 anos houve um acentuar do desemprego e um aumento do intervalo entre situações de emprego. Factores que têm uma consequência na autonomização.

A saída de casa dos pais faz-se cada vez mais tarde. Por exemplo, entre os 15 e os 29 anos, a proporção de jovens a cargo dos pais passou de 59, 6 % em 1991 para 76, 3% em 2001.

Casar e ter filhos são também assim protelados no tempo. A idade média de casamento é hoje em dia de 28, 6 anos para os homens e 26, 9 para as mulheres. O primeiro filho também surge cada vez mais tarde. Ainda assim, o casamento continua a ser a via mais utilizada para iniciar a vida conjugal, embora as celebrações católicas tenham vindo a decrescer.

Em contraponto surge uma taxa de divórcios cada vez maior e um encurtamento da duração média dos casamentos. Há dez anos os casamentos duravam em média 5 a 9 anos. Hoje em dia duram entre 1 a 4 anos.

Em matéria de saúde juvenil, continuam a ser sobretudo externas e não as doenças as principais causas de mortalidade, embora a sinistralidade rodoviária, laboral, doméstica e no lazer tenha vindo a decrescer.

Quanto aos hábitos de consumo de tabaco e bebidas alcoolicas têm-se mantido estáveis.

O mesmo não acontece em matéria de criminalidade juvenil. Houve um aumento de 15 por cento em particular nos roubos na via pública.
Na circunstância de arguido duplicou o número de jovens nestes últimos 15 anos. Quanto aos jovens condenados, quase triplicaram, representando hoje quase metade da população condenada por crimes de viação e tráfico de estupfacientes.





Fonte: www.sic.pt



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