Portugueses cada vez mais obesos

Inquérito Nacional de Saúde

A obesidade está a aumentar rapidamente em Portugal.

Manuel Roberto (arquivo) Os especialistas garantem que a situação vai continuar a piorar

Os dados do último Inquérito Nacional de Saúde (2005/2006) são inequívocos: em todas as idades a percentagem de obesos cresceu de forma significativa em comparação com o anterior inquérito (1998/99).


Por exemplo, na faixa etária entre os 55 e os 64 anos, a percentagem de obesos aumentou 30,7 por cento (nos homens) e 16,3 por cento (mulheres) em apenas meia dúzia de anos. Um acréscimo que faz com que o problema afecte agora quase um quarto dos homens (23,4 por cento) e um quarto das mulheres nesta faixa etária.Entre os 18 e os 24 anos, a percentagem de jovens adultos obesos aumentou 33,9 por cento entre os homens e 25 por cento entre as mulheres, no mesmo período, para se situar em 2005 nos 7,5 e 4,5, respectivamente.

Os indicadores — agora disponíveis no site do Alto-Comissariado da Saúde (www.acs.min-saude.pt) — colocam-nos cada vez mais longe das metas traçadas no Plano Nacional de Saúde para 2010. "Contra factos não há argumentos. Estes dados comprovam que a epidemia [da obesidade] está em curso acelerado", admite João Breda, o responsável pela Plataforma Contra a Obesidade lançada no final de Maio passado.

Sublinhando que os números do Inquérito Nacional de Saúde (INS) são apenas indicativos, Breda acredita ainda assim que em algumas idades (jovens adultos) a prevalência esteja subestimada. As estimativas portuguesas têm apontado para uma prevalência de entre 15 a 17 por cento de obesos entre a população adulta.

Não seriam precisos novos números para confirmar o que já sabe, afirma Alberto Galvão-Teles, coordenador do Programa Nacional de Combate à Obesidade. "Não se está a fazer rigorosamente nada em relação ao programa. Dizer que os números vão aumentar ainda mais não é previsão, é uma certeza." O também presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade afirma que "se está a ir demasiado devagar" na resolução de "um problema gravíssimo".




Mulheres fumam mais

A obesidade é um dos indicadores do INS em que a evolução verificada é negativa, à semelhança do que acontece com o tabagismo, que entre as mulheres cresceu em todas as faixas etárias, reconhece a alta comissária para a Saúde, Maria do Céu Machado.

O aumento mais pronunciado no feminino verificou-se entre as mais novas — 15 e 24 anos (passou-se de 10,6 por cento de fumadoras para 14,2 por cento) — e entre as mais velhas (de 4,5 por cento subiu para 8,4 por cento). Dos 25 aos 44 anos o valor manteve-se quase estável (17,2 para 17,5).Os homens continuam a ser os grandes fumadores, mas é neste grupo que se notam alguns decréscimos. A descida é mais notória na faixa etária entre os 25 e 44 anos (de 45,4 por cento baixou-se para 37,5 por cento).

No tabagismo há assim boas notícias porque o consumo está em geral a baixar (graças aos homens), comenta a pneumologista do Hospital Amadora-Sintra, Cecília Pardal, prova de que as campanhas de sensibilização estão de alguma forma a funcionar, sobretudo junto dos fumadores mais velhos.

Mas nos jovens, e sobretudo nas raparigas, a estratégia que explora os malefícios do tabaco (chamando a atenção para riscos como o do cancro do pulmão) provou-se um falhanço. Neste grupo seria mais importante centrar as campanhas nas vantagens de não fumar.





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