Saddam

Esta notícia é do dia 30 de Dezembro do ano transacto. Escrita pela mão do jornalista Paulo Camacho.
"Saddam Hussein foi executado ao nascer do dia de hoje. É o desfecho há muito anunciado de um processo que começou no dia em que o ex-ditador foi encontrado pelas forças norte-americanas, escondido num pequeno buraco, nas traseiras de uma casa dos arredores de Bagdad.
A liquidação física do antigo ditador satisfaz os (legítimos) anseios de vingança dos milhares de iraquianos que sofreram às mãos do seu regime; e dá aos americanos um cadáver que cria a ilusão de terem ganho alguma coisa -- na guerra, quem perde morre (o que, aliás, já aconteceu, só este mês, a 109 militares norte-americanos no Iraque). Mas à parte disto, a morte de Saddam não serve para nada, nem a ninguém.
A insurreição não vai parar, nem sequer abrandar - pelo contrário, poderá ganhar novo alento, agora que o Governo apoiado pelos norte-americanos lhe forneceu um mártir. E vai continuar a crescer o número de iraquianos que recorda com saudade o tempo em que havia comida na mesa e os filhos podiam ir à escola em segurança - os tempos de Saddam. Ninguém duvida da culpa do ditador.
Mas julgá-lo num processo cheio de incidentes processuais, que não passaria no crivo de nenhum sistema judicial ocidental, e depois dependurá-lo na posta de uma corda é negar os fundamentos dos ideais que os Estados Unidos invocaram para justificar a invasão do Iraque: a implantação de uma democracia ocidental, assente no respeito pela lei e nos direitos fundamentais do indivíduo."
Paulo Camacho
Fonte: www.sic.pt

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